3.2.08

...

Eu quero a chuva na praia. O sol a estalar na janela.
Eu quero rir com a espuma do leite nos lábios.

Eu quero ler um livro com alguém nos braços.
Eu quero dançar ao som do silêncio.
Eu quero contar histórias para a pessoa deitada. Ver o sorriso de quem nelas viaja.

Eu quero ficar acordada para ver alguém dormir.
Eu quero estar a dormir para por alguém ser acordada.
Eu quero pintar, escrever, recitar, declarar.
Eu quero viver. Eu quero amar. E ser amada.

Eu quero discussões. Quero reconciliações.
Eu quero a cabeça quente e fria. A paixão desmedida e desenfreada.
Eu quero aquele bocadinho de ciúme. Aquele olhar matreiro.
Eu quero aquela desculpa. Eu quero aquele beijo.

Eu quero estar de cama. Estar na cama. Ser a cama.
Eu quero não ter mais do que aquele quadrado de madeira. Aquele quadrado de colchão. Aquela figura humana.

Eu quero a casa vazia. Paredes nuas.
Eu quero sentir o chão frio e o corpo quente.
Eu quero duas mãos em uma, quatro pernas em duas e um somatório infindável de desejos.

Eu quero sentir o peso.
O chão já quente, o corpo já dormente.

Eu quero um sorriso no olhar.
Um bom dia na boca.
Um olá na mão.

Eu quero nunca o cheiro perder, mas em mil banhos mergulhar.
Eu quero chorar. De Tristeza e de Felicidade.
Ah! E eu quero cantar!

Eu quero fazer do ódio, Amor. Da cidade uma cabana.

Eu quero esperguiçar e voltar a deitar.
Sorrir. Beijar. E amar.
Eu quero esperguiçar e voltar a deitar.
Sorrir. Beijar. E amar.

Eu quero pôr uma chaveta em cima e fazer deste bis o meu dia.

Eu Não quero ter que existir.
Eu quero ser. E sentir.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tu és, Tu sentes! Tu envolves...tens sorriso, alma, alegria e tristeza...Na praia, no silêncio e na cama...
IAC